Era uma vez um sujeito muito simples, que ganhava a vida quebrando pedras.
Ele tinha saúde, emprego, família, mas, vivia permanentemente insatisfeito.
Um dia ele passou em frente a casa de um homem muito rico e importante e sentiu um terrível inveja ao vê-lo cercado de bens valiosos e pessoas importantes.
Ah… como ele queria ser como aquele homem!
Então, inexplicavelmente, como num passe de mágica… plim! Ele foi colocado no lugar do rico.
Mas, quando ia começar a usufruir o luxo e o poder, passou em frente daquela casa um importante general, montado num magnífico cavalo, e todos se curvavam diante dele. O quebrador de pedras novamente sentiu inveja e desejou ser aquele general e, mais uma vez, plim! Lá estava ele, em cima do cavalo.
Mas, quando ia começar a desfrutar o prestígio do general, caiu do cavalo, devido ao forte calor do sol do meio-dia. Então, ele invejou o sol e… plim!
Mas, quando ia começar a experimentar todo o poder de seus raios, uma nuvem escura veio e tapou-lhe a visão e interrompeu seus raios. Invejou a nuvem escura e… plim!
Mas, quando ia começar a tapar os raios do sol, passou um forte vento e jogou a nuvem pra longe. Invejou o vento e… plim!
Mas, quando ia começar a jogar nuvens escuras para bem longe, uma montanha quebrou o vento. Invejou a montanha e… plim! Tornou-se a montanha.
Ah… agora, finalmente, parece que ficou satisfeito, pois, parecia-lhe que, em todo o mundo, nada era mais poderoso que uma grande e inabalável montanha.
Mas, foi neste pequeno e único momento de satisfação que ele ouviu um som que lhe era bastante familiar, o som de uma pesada marreta de ferro manejada com habilidade por um musculoso quebrador de pedras, quebrando a montanha devagarinho.
Porque também nós éramos outrora insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias paixões e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros – Tito 3.3